que é já tempo de embalar a trouxa e zarpar
Bom dia, pessoal,
A cartinha de hoje não tem pretensão de trazer reflexões e sentimentos, nem nada do tipo. A cartinha de hoje vem como um boletim informativo, trazendo novidades da minha vida pros que só me acompanham por aqui e também alguns detalhes a mais pros que me seguem mais de pertinho.
Eu vou pra França. Em setembro. Por dois anos direto. É isso.
Desde que eu entrei na faculdade de agora (Engenharia Química na UFSC, em Florianópolis), sonhava com o edital da dupla diplomação. Passar dois anos em Paris e voltar com o diploma das duas universidades. Tentei ano passado. Não consegui. Esse ano nem tentei de novo porque o edital era rigoroso e minhas notas nem tanto. Porém, apareceu outra chance.
Me inscrevi num edital chamado BRAFITEC, que é uma parceria entre Brasil e França voltada para estudantes de Engenharia (apesar do meu lado do campus também estar caindo aos pedaços, é necessário admitir que temos sim mais privilégios e regalias que as demais áreas). Escolhi como primeira opção uma outra universidade que tem convênio de dupla diplomação com o meu curso. Deu certo. Vamos eu e uma colega de turma pra Toulouse, no sul da França.
Eu não poderia estar mais animada. Mas também não poderia estar mais assustada. É tudo que eu sonhei por anos e anos. É uma puta oportunidade. É ficar dois anos sem pôr os pés no meu país, sem ver meus gatos. É empacotar, doar ou jogar fora tralha de uma vida, pra liberar meu quarto pro que quer que seja. É abraçar meus avós forte achando que não nos veremos de novo. É exatamente o que eu queria. É muita sorte. É desesperador.
Por já estar no final do curso, não vou ter matérias aqui no Brasil me esperando na volta. Tenho esse último mês, com provas, relatórios, experimentos e muitos mais pela frente. E depois acabou. Passar as férias em função do relatório da minha iniciação científica (a quarta e última), resolver burocracias e abraçar meus amores. E daí zarpar. Dois semestres de aula, um de estágio. Fim do primeiro ano lá, Um semestre de aula, outro de estágio. Fim do segundo ano lá. Depois disso é voltar pro Brasil, como manda o edital (não podemos voltar durante, somos obrigados a ficar depois). Não só poder, como ter que escolher pra onde ir. Uma cidade nova, voltar pra casa? Não sabemos. Muitas perguntas. Nenhuma necessidade de pensar nelas agora. Mas meu cérebro não consegue se preocupar com uma coisa de cada vez.
Eu estou pensando nisso praticamente o tempo todo. Pesquisando no youtube relatos de lá e salvando dicas de comida no instagram. Vou à praia e lembro que vou ficar dois anos morando longe do mar. Os olhos marejaram quando me despedi de uma amiga pela provável última vez antes de ir. Tem muitas outras coisas que quero e vou escrever sobre ainda, em outro momento, mas achei que fazia sentido contar isso antes de tudo.

Indicações
Normalmente eu sou a garota das brasilidades, mas, nos últimos meses, o inglês vem dominando meu spotify. O artista mais ouvido foi Talking Heads e, além disso, ouvi muito esse álbum de tributo com covers deles (apaixonada pelo da Lorde)
Vi a citação “if we want the rewards of being loved we have to submit to the mortifying ordeal of being known.” no twitter e descobri que era de uma coluna antiga no NYT cujo ponto de partida, surpreendentemente, é alguém que enviou fotos de bode no email da firma. Vale a leitura.
Estamos nos aproximando do inverno e isso significa uma coisa: tangerinas em abundância. Recomendo comer uma depois do almoço pra aumentar a absorção de ferro. Aqui tem uma lista de outros vegetais que tão na estação também.
Além das frutas e verduras, sabe o que mais é sazonal? Os nascimentos do Brasil. Lembrei dessa informação esses dias e estou novamente obcecada. Aqui fala um pouco sobre isso, mas só olhar os gráficos já é fantástico.
Meu amigo Pedro escreveu um texto curtinho sobre seu vizinho criança que tocava flauta. Adoro o texto e me identifico demais, porque meu irmão teve aula de flauta online durante o isolamento e foi uma experiência.
Eu e meus amigos estamos fissurados pelo Conexo, jogo de agrupar palavras. O original, em inglês, é o Connections, mas acho muito mais difícil.
Também indico tentar correr ou sair pra caminhar. Nas últimas semanas retomei minha fase corredora e, sem brincadeira, tem muitas vezes que a corrida é o ponto alto do meu dia. Para quem quiser começar, recomendo esse cronograma.
Pra encerrar, por razões óbvias, lembrei desse meu texto chamado “uma nova mudança em breve vai acontecer”.
É isso, pessoal.
Bom restinho de feriadão e se cuidem,
Laura
Desejando uma boa sorte por aqui também. Lembrou de um interesse distante que eu tinha de fazer pós numa instituição específica (vou tentar, quem sabe dá certo?). Abraços.