paz e alegria na lavoura da amizade
Bom dia, pessoal,
Hoje é dia:
do bibliotecário,
da primeira coca-cola engarrafada
do Jack Kerouac, autor the On The Road (que nunca acabei de ler)
de Olinda e Recife, destino nacional que mais sonho em conhecer
do Graham Coxon da banda Blur (melhor que Oasis)
do início da Marcha do Sal, na Índia
do Gustav Kirchhoff, cujas leis estudamos nas aulas sobre circuitos elétricos
da Liza Minnelli (curiosidade: ela é filha da Judy Garland, a Dorothy de Mágico de Oz)
do icônico Álbum da Banana (essa fui descobrir hoje só)
E, é claro, do meu aniversário!
Quem me conhece (ainda que só virtualmente) sabe que eu sou completamente fissurada pelo meu aniversário. Resumidamente, eu acho que é porque nele tenho pretexto para duas das minhas coisas favoritas: 1) Demonstrações verbais de afeto e 2) Reuniões das pessoas que eu gosto/amo. E é delas que vou falar hoje.
Durante a adolescência, eu era muito insegura quanto às minhas amizades (parte por problemas concretos, parte pela minha própria cabeça) e sentia necessidade de ser lembrada com palavras de que as pessoas gostavam de mim e que estavam felizes com a minha companhia. O tempo passou e as coisas melhoraram, a cabeça ficou mais leve e as amizades mais sólidas. Aprendi que não preciso de um “Gosto muito de você” escrito pra saber que eu sou querida por aqueles que me cercam. Primeiro de tudo, porque estão ao meu redor porque escolheram estar, e saber disso já basta. Mas também porque o afeto se faz presente em ações.
(Des)fazendo minha mala quando mal tenho forças pra existir, me enviando semanalmente suas músicas mais ouvidas, me chamando pro outro lado do país, indo nos meus rolês mesmo sem conhecer ninguém além de mim, me buscando e levando em casa, me esperando com café recém passado, correndo comigo antes do expediente, sendo companhia de coisas chatas como cartório e banco, encaminhando conteúdos do meu animal favorito (panda vermelho), mandando foto de poema, abrindo a casa e o pote de paçocas pro meu rolê, cozinhando minha sobremesa favorita (tiramissu) ou qualquer outra, fazendo um pote a mais de feijão, deixando bolo na minha portaria, fazendo bordado com a capa do livro que estou lendo, regando as plantas penduradas, chamando pra passear, ligando pra operadora pra resolver meus BOs porque meu chip foi bloqueado, pintando ou cortando meu cabelo, vindo pra minha casa com pães de queijo, fazendo waffles, convidando pra sextar e também pra caminhar domingo de manhã, emprestando livro ou simplesmente abraçando.
Estaria mentindo se dissesse que não me importo com as mensagens de aniversário, que não espero ansiosamente pelos textinhos (hoje minha mãe compartilhou nos stories o texto de 2021 falando que esse ano achava que não ia rolar, daí preciso admitir que praticamente obriguei ela a fazer o de 2023) e que não fiquei emocionada lendo pela primeira vez um “te amo” vindo de algumas amigas. Já falei muitas vezes aqui sobre a importância que as palavras têm para mim, mas não posso deixar de comentar o quão incrível é perceber com mais atenção e carinho o mundo que existe para além delas.
O plano original quando comecei a cartinha era falar também do segundo motivo pelo qual eu gosto do meu aniversário, mas passei a tarde toda aproveitando-o na prática e agora, confesso, só quero encerrar essa cartinha (antes que mude o dia) e dormir. Outra hora escrevo sobre a lindeza que é ver as pessoas que amamos interagindo entre si.
Um abraço apertado,
Laura
(agora com 24 anos)