eu bem queria lhe escrever, mas o correio andou arisco
Bom dia, pessoal!
Nesse domingo, dia 8, completamos seis meses de Cartinha da Laura. É muito tempo. Por isso, resolvi escrever um pouco sobre isso essa semana.
Gosto muito de escrever mas nunca separava um tempo para isso, só escrevia quando a necessidade batia (seja para atender a solicitações externas, seja porque só a minha cabeça não era o suficiente para segurar todos os pensamentos que por lá passeiam). Queria mudar isso. Tirar com mais regularidade um tempo para praticar isso que é tão importante pra mim. Falei no twitter (meio brincando, meio buscando aprovação) "ah acho que vou fazer uma newsletter para me incentivar a escrever mais". Pouco depois responderam falando para eu fazer (obrigada, Felipe). E eu fiz.
Foi sem dúvidas uma das top 5 decisões mais acertadas que já tomei (não que a concorrência seja muito grande). Cumpriu completamente o propósito original. Agora (quase) toda semana paro um pouquinho para escrever, pensar e escrever mais um pouco. Mas foi tão além disso.
Eu era fã das aulas de produção textual no ensino fundamental I. A professora dava um ponto de partida e a gente escrevia. Adorava escrever sem precisar eu ser a responsável por escolher sobre o que escrever. O que eu odiava era o que vinha depois: a folha com correções e comentários à caneta vermelha, para arrumarmos quando fôssemos passar a limpo para o caderno de texto. Tinha que copiar, arrumando os erros mas sem mudar além disso. Demorava muito mais tempo que as minhas amigas e tinha que me segurar para não reescrever tudo. Mais velha, não consigo me segurar. Todas as vezes que eu faço vestibular/ENEM, abandono o rascunho no primeiro parágrafo e vou reescrevendo tudo direto na folha oficial.
Escrever para mim é tranquilo, o complicado é lidar com o que eu escrevo. Reler coisas antigas é um misto de "meu deus, eu escrevi isso!!!!" orgulhosa do passado com "meu deus, eu escrevi isso????" pensando em como poderia ter feito tudo tão diferente, tão melhor. As cartinhas, por sua alta periodicidade, me fazem aceitar melhor que nem todo texto vai ser O texto. Não tem como. O importante é não parar de escrever.
Mas, o que me deixa mais feliz de ter começado esse projeto, são as trocas que vieram. Elas começam antes do envio, quando mando para alguns amigos "Tem ideia de tema?" ou "Se tiver on, dá uma lida na cartinha por favor" (um abração pra todas as amizades revisoras). Depois, por e-mail ou zap, vem as respostas. Ah, as respostas.
Teve conhecida minha que eu jurava que não ia com a minha cara até que começou a responder minhas cartinhas. Teve amiga falando que chorou, que leu a cartinha em voz alta pro boy, que levou o tema da semana pra terapia. Teve amiga que fez texto. Teve gente que eu não conhecia respondendo. Teve gente que eu não conhecia respondendo e meses depois indo às ruas comigo. E teve você.
Meu amigo Lucas falou "me sinto tão humano lendo as cartinhas e esse é um sentimento tão bom, revigorante, reconfortante". E é exatamente assim que eu me sinto escrevendo também. Parar um tempinho para colocar as ideias para fora é muito bom, ainda mais sabendo que essas ideias às vezes ressoam em outras pessoas.
Queria ser famosa pra poder meter agora um "a cartinha tá de aniversário mas quem ganha o presente é você" cheio de cupons e mimos pra você leitor. Mas ainda não chegamos nesse nível, quem sabe na especial de um ano. Na de hoje, apenas meu mais sincero obrigada.
Girafas da Clara Dias
(bichinhos fofos ilustrados é a nova linha editorial dessa seção)
Indicações da semana
Essa quadrinho (em inglês) do The New Yorker, de um gatinho fujão.
Esse vídeo da Marina (& The Diamonds) falando da letra de “Venus Fly Trap”. É a minha música favorita desse último álbum, pelo qual eu sou completamente apaixonada.
Sou meio preguiçosa com filme, então fiquei muito feliz em achar na netflix a categoria "Filmes com menos de 90 minutos".
Esse vídeo (em inglês) sobre palavras populares que foram inventadas por autores.
Essa história dos gatos que entraram na justiça contra um condomínio. Tem a foto de todos os mais de vinte gatos no processo. Fofurinha demais.
A playlist de músicas que deram título às últimas cartinhas (sou péssima dando títulos então pra facilitar criei essa regra de sempre pegar trechos de músicas).
Obrigada por me ler e um bom resto de semana!
Um abração,
Laura!