e o que me importa é não estar vencido
Bom dia, pessoal!
Cartinha relâmpago que começou a ser escrita com 4% de bateria enquanto esperava minha carona pra casa.
Tô cansada e triste demais pra escrever algo bonito ou inspirador. Vou copiar aqui dois poemas, um do Maiakovski e um do Torquato Neto (que já mandei aqui muitas edições atrás).
Por hoje é só isso. Descansem. Amanhã será um novo dia. Como diriam os gaúchos, só não tá morto quem peleia!
E então, que quereis?
-Vladimir Maiakóvski
Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades.
Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado.
As ameaças e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio, cortando-as
como uma quilha corta as ondas.
Poema do Aviso Final
- Torquato Neto
É preciso que haja alguma coisa
alimentando o meu povo;
uma vontade
uma certeza
uma qualquer esperança.
É preciso que alguma coisa atraia
a vida
ou tudo será posto de lado
e na procura da vida
a morte virá na frente
e abrirá caminhos.
É preciso que haja algum respeito,
ao menos um esboço
ou a dignidade humana se afirmará
a machadadas.
Um abraço apertado!
Se cuidem, muito,
Laura