e me mostro de lá pra você
Bom dia, pessoal,
Essa semana nós passamos de 200 inscritos, o que significa que vai ter cartinha temática de apresentação, igual fiz quando chegamos em 100 inscritos, em julho do ano passado. Dessa vez, teremos duas seções: primeiro eu falando de mim mesma e lançando alguns fatos aleatórios sobre mim (talvez repita alguns da outra cartinha, mas se eu não lembro vocês não devem lembrar também) e na sequência o que algumas amigas escreveram quando falei pra elas falarem algo sobre mim para eu pôr na cartinha.
Eu por mim
Vamos começar do básico, pique Seção Sobre Mim no facebook. Eu tenho 23 anos (mas sempre esqueço e ainda acho que tenho 22) e estudo Engenharia Química na UFSC. Antes disso fiz três semestres de Direito, mas saí porque achei muito chato. Gosto de criar e otimizar processos, não seguir regras burocráticas que não fazem sentido. No direito eu cheguei a passar um tempo na defensoria pública e me sentia impotente, porque, não importava quantas pessoas eu tentasse ajudar (onde eu fiquei era basicamente pessoas pobres com quantidades pequenas de droga), na semana seguinte teriam mais pessoas nas mesmas condições. Não tinha o que fazer além de ser uma engrenagem num sistema quebrado. Na engenharia , apesar de ser uma área com a qual tinha muito preconceito por ser "quadrada", eu posso projetar e planejar coisas novas, de uma maneira que façam sentido.
Eu era aquela criança/adolescente que os adultos ao redor tinham como inteligente e esperta (principalmente porque eu era a única criança/adolescente com a qual eles conviviam), então eu meio que considerava isso como um traço de personalidade. Saber das coisas, conhecer nomes que as outras pessoas da minha idade não conheciam. Com o passar dos anos, eu fui me dando conta que não bastava só saber que as coisas existiam, mas era necessário se aprofundar. Saber que tal nome é o nome de um autor não vale de nada, no máximo me ajudar a achar a resposta num jogo de conhecimentos gerais. Para falar sobre ele eu preciso ter lido o livro (ou pelo menos visto um vídeo no youtube de alguém que o tenha lido!). No começo isso me assolava com crises de "nossa, mas eu já fui inteligente e agora não sou mais!!!" , mas agora eu aceitei. Ser mediana em qualquer coisa pra mim é o suficiente. Não preciso saber x teoria ou ouvir y artista para me convencer de que sou uma pessoa legal.
Eu bebo todos os sucos sem açúcar, inclusive o de limão. E o café sem açúcar também. Fui pioneira disso na minha família. Um dia eu e minha avó fomos tomar café com uma amiga dela. Essa amiga, dona Graça, foi a primeira pessoa que eu lembro de ter visto tomar café puro. Eu, lá no alto dos meus nove anos pensei "bem, se isso é uma possibilidade, eu também consigo". Daí larguei o açúcar e tempos depois o leite frio (que mantive por mais tempo para regular a temperatura da bebida). Atualmente vez ou outra invento de fazer algum café com leite especial e, eu juro, não há uma vez em que eu não pense "era melhor ter bebido puro mesmo". Mas sempre tento de novo.
Eu sempre fui de fazer muitas coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, quando tinha uns seis, sete anos, fazia balé logo depois do judô. Todas as minhas colegas com seus coques impecáveis e eu toda exausta, correndo pra substituir o quimono e a faixa (parei na amarela!) pelo tule. Teve uma vez que eu até dancei na abertura de um campeonato que eu lutei (não ganhei medalha mas culpo a baixa estatura e não a coreografia anterior). Esse semestre eu sosseguei um pouco mas não gostei, já estou pensando nas atividades pós férias.
Meu filme favorito é The Royal Tenenbaums do Wes Anderson, que eu assisti apenas uma vez, porque tenho medo de não gostar mais tanto e ter que escolher outro favorito. Isso já aconteceu quando eu era criança. Meu livro favorito era O Rapaz que não Era de Liverpool, daí mais velha fui reler e vi que não era tão bom quanto eu lembrava. Digo agora que meu favorito é Cem Anos de Solidão, mas é uma escolha meio arbitrária, porque acho que tenho tanto carinho por ele quanto por qualquer outro livro que eu tenha lido e gostado. O diferencial eu acho que é ser o primeiro livro "mais de adulto" que eu li.
Eu sei tocar teclado mas muito pouco. Não consigo olhar a partitura e identificar instantaneamente qual a nota correspondente de cada linha, tenho que contar devagarzinho cada linha da partitura para aí tocar. Mas gosto de tocar. Umas duas semanas atrás fui na casa do meu amigo Luis comemorar seu aniversário e arranhei um Parabéns Pra Você no seu novíssimo piano elétrico. Foi divertido. Passei o resto da tarde o ameaçando: se a gente não comer o bolo logo, eu vou tocar o Parabéns de novo!!. Também tenho um ukulele, presente do meu amigo Bernardo. Sei fazer a maioria dos acordes (ou pelo menos a maioria dos acordes comuns) mas com a mão direita, que faz a batida, sou terrível. ((Tem cartinha aqui sobre ser ruim nas coisas e estar bem com isso))
Eu falei alguns parágrafos acima sobre saber que sou uma pessoa legal, e na maior parte do tempo é verdade. Mas para encerrar as informações sobre mim com um pouco mais de vulnerabilidade, é importante confessar que isso nem sempre é verdade. Eu falo bastante e várias vezes acabo confundindo “falar muito” com “falar demais”, o que leva a estar constantemente me desculpando e pensando “meu deus eu sou insuportável!!”. Mesmo na escrita isso acontece às vezes, mas no texto não me importo tanto porque as pessoas sempre têm a opção de parar de ler. E se tem gente chegando até aqui (com “aqui” sendo tanto a 35ª cartinha quanto a essa altura do texto) é porque algumas coisas legais pra dizer eu devo ter, e isso realmente me deixa muito contente e menos insegura com me expressar fora daqui também. Obrigada por isso.
Ontem voltando da academia (comecei segunda, dia oficial de começar!) eu entrei no elevador e apertei no 5, como sempre faço quando quero ir pra casa da minha mãe (ou às vezes também quando quero ir pra casa do meu pai mas meu cérebro trava e aperto o andar do prédio errado). Mas ao chegar no quinto andar, vi que na verdade eu não estava no quinto andar e sim entre ele e o quarto andar. Estava presa no elevador munida apenas de uma garrafa d'água pouco cheia e minha toalha da academia (na verdade tanto a garrafa quanto a toalha foram roubadas do meu irmão, identificadas respectivamente por um adesivo e um bordado em ponto-cruz feito pela minha madrasta). Interfonei pra portaria explicando a situação e, o mais importante, pedi para avisarem minha mãe, já que ia me atrasar para o nosso café da tarde.
Resolvi escrever sobre isso como adendo da cartinha porque acho que é uma situação hipotética curiosa de imaginar, tipo “como será que x pessoa lidaria com estar presa num elevador?”. Pois bem, não entrei em pânico porque sabia que a situação em breve seria resolvida (já tinha ficado presa no elevador do prédio com a minha mãe em 2020. O raio pode sim cair duas vezes no mesmo lugar). Depois do pedido de ajuda ao porteiro, comecei a me alongar (deveria fazer isso todo dia porque sou super encurtada, mas sempre esqueço ou fico com preguiça), sem movimentos bruscos para que o elevador não tremesse (dica de ouro: não fazer borboletinha). Pensei em cochilar mas a luz era muito forte. Entediada, comecei a cantar baixinho (com medo de ser ouvida pelos vizinhos que talvez passassem pelo hall), Beatles, Maria Rita e Leãozinho (que era a música que eu treinava quando fiz aula de canto). Os momentos em que tive medo foram quando o elevador, depois de se locomover entre andares, reabria sua porta interna. Por algum motivo, sempre achava que ia dar de cara com algo assustador (não que a parte de dentro das portas externas do elevador já não seja algo assustador por si só). Pensando retroativamente, talvez fosse medo do Mesmo, o maníaco dos elevadores.
aos moldes da Cartinha de 100, vai aí uma fotinho minha para os inscritos que não me conhecem poderem dar um rosto a quem os escreve
(e pra quem me conhece ver que de tempos em tempos eu sorrio pra foto).
Eu por elas
“Laurinha, o que eu mais gosto na nossa relação é que a gente se respeita muito, respeita muito o nosso tempo, as nossas vontades, o que a gente tem que pra fazer e isso se evidencia na quantidade de bolos que damos uma na outra. É engraçado porque o bolo é quase sempre mal interpretado - "fulana não gosta mais de mim, ela me deu um bolo" e no nosso caso isso não tem nada a ver. Estamos sempre combinando coisas e eventualmente indo e não indo e é sempre ótimo estar na tua companhia. Obrigada por isso. Por perdoar o meus bolos e seguir topando combinar novas coisas que podemos ou não realizar.”
“Ser amiga da Laura é muito bom, sempre tem alguma novidade que ela chega contando no whatsapp, alguma descoberta musical viciante, algum evento, um acontecimento e se não fosse por ela eu não saberia da existência do brownie de feijão, da Sophia Chablau e uma enorme perda de tempo, das playlists com temas, das fotos de lugares bonitos e outras coisas que fazem a vida ser mais vida, mais feliz (Obrigada, Laurinha s2). Sempre falo sobre a quantidade de coisas extraordinárias que ela faz, são várias, todas ao mesmo tempo e talvez muitas para serem enumeradas aqui, mas tenho exemplos: cozinhar, correr, pintar as unhas, compartilhar coisas com os amigos, desenhar, incentivar os twitteiros a fazer yoga e por fim não posso deixar de mencionar a cartinha, confesso que um dos prazeres da minha vida adulta é ver que chegou uma cartinha no meu email, sempre com as melhores indicações e analogias, prometo aos novos leitores que não terão arrependimentos.”
“a Laurinha é uma pessoa que pensa e fala muito rápido, e mesmo assim nunca fala besteira. ela também observa muitos detalhes que facilmente passariam despercebidos. além disso ela aproveita muito a vida, já experimentou muitas coisas e segue o fazendo sem a pretensão de perfeição, só pela experiência de o fazer”
“Fato sobre Laura: se um dia chovessem hipopótamos, a Laura de 17 anos primeiro avaliaria seus tamanhos. Caso fossem do tamanho normal, ela ficaria preocupadíssima com a saúde deles e procuraria alguma forma de ajudá-los, fazendo eutanásia se necessário para que não sofressem pelos ossos quebrados ou para não serem sufocados pelo próprio peso. Porém, caso eles fossem em miniaturas, do tamanho de pingos de chuva, Laura pegaria um punhado e criaria em casa. E acho que fato 2: você é imbatível no stop”
Indicações da semana
Ainda não voltei a conseguir me organizar para ter indicações legais e diversificadas recorrentemente. Então vai um parágrafo corrido mencionando algumas coisas. De série tô vendo Arrested Development e rindo bastante. Livro tô pra acabar Do que eu falo quando falo de corrida, meu primeiro Murakami (aqui eu anoto os livros que leio/estou lendo/quero ler). De música o que eu mais ouço no momento é o álbum Solo Monk do Thelonious Monk, não porque seja uma grande fã de jazz (não sou!) mas porque é o álbum que escuto estudando (aqui o histórico das coisas que eu escuto). Se você tá com o título eleitor numa cidade diferente da que você vai estar durante a eleição você moscou de não ter transferido a tempo tem até dia 18 para pedir voto em trânsito. Fui procurar indicações de vídeos mas meu histórico do youtube tá 99% videoaulas de Termodinâmica. Não é bem uma indicação mas mês passado fiz um reels só com fotinhos do meu dia a dia naquele mês, talvez seja uma boa maneira de me conhecer melhor.
É isto, pessoal,
Se cuidem e bom final de semana!
Abração,
Laura.
p.s. é humanamente impossível formatar texto direito no Tinyletter. Estou de férias e um dos meus projetos é migrar a cartinha para um lugar melhor. Desculpem pelos espaçamentos errados.
p.p.s. essa foi a cartinha mais longa até agora. o record anterior era 1321 palavras, e essa chegou quase a 2200 palavras.
p.p.p.s. se gostarem das cartinhas indiquem pros amigos de vocês. eu vivo num impasse porque penso "ah eu falo bastante delas no twitter e quem não se inscreveu ainda é porque não tem interesse" mas depois descubro que tem gente que teria interesse mas não soube das cartinhas ainda porém tenho vergonha as vezes de mandar direto pra pessoa porque daí parece que tô coagindo ela se inscrever kk