caia na risada da desgraça
Bom dia pessoal,
Gosto de manter as cartinhas leves pra contrabalancear o caos em que estamos imersos. Mas, tenho que ser franca com vocês: a semana retrasada foi uma das mais pesadas e difíceis da minha vida e por isso nem tentei escrever a cartinha de domingo/segunda passada, sabia que não ia dar conta. Mas escrevi esse textinho (acho que é um poema) aqui, pra quem quiser ler um pouquinho de tristeza também.
Mas essa cartinha, em contrapartida, vai ser sobre risadas. Não de uma maneira geral, mas de um aspecto particular delas que venho reparado ultimamente: a gente ri mais acompanhados.
Quando você (falar na segunda pessoa é um jeito da pessoa que escreve falar de si mesma de forma menos descarada, talvez não se aplique a você literalmente) vê uma imagem engraçada, dá aquela risadinha tímida, aquele ar saindo mais forte do nariz. Vê uma imagem fofa (fica o incentivo para responderem essa cartinha com fotos dos pets) e esboça um sorriso breve. Mas dificilmente ri pra valer.
E quando eu falo de estar acompanhado, não digo nem de amigos, entre os quais qualquer palavra na hora errada (ou melhor, na hora certa) acarreta fácil uma crise de risos de doer a barriga. Mas até com colegas que não conheço. Percebo isso nas aulas online síncronas, quando estamos todos, professor e estudantes, em chamada. A matéria é dada mas tem interação e, dessas interações, quando menos se espera, surge o riso.
Esses dias aconteceu um causo engraçado. Fui à médica e tive que usar aquelas protetores de sapato (parece uma touca de cabelo, mas vai no sapato, em tese por causa da covid). Depois da recepcionista me devolver a identidade, faltava uma tarefa simples antes de ir embora: colocar na lixeirinha os protetores de sapato. Tirei os protetores com uma mão, a outra segurando a carteira. Até aí, tudo tranquilo. Pisei no pedal e, num lapso de distração, não preciso nem dizer qual das mãos que se abriu sobre a lixeirinha.
No segundo seguinte me dei conta, pensei “que burra” e recuperei minha carteira de dentro do saco plástico (que bom que não servem mais café nas recepções). Ia seguir a vida. Mas na sala de espera tinham algumas senhorinhas. Uma delas tinha visto toda a cena, percebi porque nossos olhares se cruzaram, naquele olhar cúmplice de quem diz “eu também tô vendo isso”. E então nós duas começamos a rir.
A gente tá meio tipo pedra, eu acho. Um pouco ásperos, um pouco frios, um pouco duros. Mas, no contato uns com os outros, saí faísca, a gente brilha e emite calor.
Crescemos e tentamos ser independentes etc etc, mas, sendo honesta, cada vez mais concordo com a brisa (e com o Tom Jobim) quando ela vem de mansinho e diz que é impossível ser feliz sozinho.
A cartinha dessa semana foi curta (se vocês repararem, tem um padrão: se uma semana eu pulo a cartinha, na semana seguinte a cartinha é curta. não trabalhamos com compensação). Sigo um pouco desnorteada e ainda não retomei o pique 100% da escrita. Mas vou aproveitar que sobrou bastante espaço e falar umas meta-coisas com vocês:
1) Tô pensando em migrar a cartinha pra outro site (acho que o susbtack) porque eu acho aqui muito ruim de formatar, então se alguém aqui entender algo sobre newsletters e quiser opinar sobre, eu aceito demais.
2) Quase toda semana eu passo por um momento "meu deus sobre o que que escrevo dessa vez??", então se algum dia tiver alguma coisa que vocês iam achar legal que eu escrevesse sobre, por favor me sugiram (até criei uma breve lista de possíveis temas no bloco de notas).
3) A cartinha cresceu muito (obrigada aos envolvidos) e por isso em breve vai ter uma temática de apresentação, então se tiverem coisas que vocês queiram saber sobre mim, podem mandar que possivelmente eu incluo nessa cartinha quando vier
Foto de Lucas Reitz.
(na legenda do post tem o poema "Defender la Alegria" do Mario Benedetti, vale a leitura!)
Esse insta de arte, indicado pelo meu amigo Ivan, que mostra detalhes de quadros. Muito lindo.
O texto "O mais difícil é continuar" do Startup da real. Ele fala sobre seguir em frente os projetos depois que a empolgação inicial passa e também sobre achar que não tem mais sobre o que se escrever (nessa parte, me identifiquei demais)
O álbum novo da MARINA (ex "Marina and the diamonds"), animadão e com umas boas críticas no meio, e o álbum novo da Mallu Magalhães. De maneiras quase que antagônicas, as duas foram marcantes na minha adolescência
A série This is Us. Minha amiga Sofia indicou para mim (e para todas as pessoas que ela conhece) há muito tempo. Comecei a ver, parei e agora tô voltando (ainda na segunda temporada). É linda e sensível. Até chorei assistindo (eu nunca choro vendo coisas!!).
O clipe de Sublime, da Gal Costa. Achei ele ao acaso quando fui procurar a música no youtube. Quando eu vi que o clipe era uma coreografia de FitDance, pulei da cadeira e pensei "meu deus, isso foi feito sob medida pra mim".
A arte de agrupar as abas no navegador que meu amigo Marcelo me mostrou, para se organizar com várias abas abertas. E, no sentido contrário, a extensão OneTab, para não ficar com mil abas abertas (mas ter todas ao alcance). Os links são do Chrome, mas eu uso o navegador Brave e funciona igual.
Tem uma youtuber de livros que eu acho engraçadíssima, amo todos os vídeos. Mas esse aqui em que ela julga a lista de livros favoritos de bilionários eu passei mal de tão bom (é em inglês)
Pros fãs de Taylor Swift, tem esse post aqui que a minha amiga Isabela fez indicando um livro para cada música do álbum Red
Essa newsletter de foto do Pedro Pascal (a dessa semana já foi, sinto informar)
Um beijão e boa semana!
Se cuidem,
Com carinho,
Laura.